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Foto do escritorMarília Gabriela da Silva

A questão socioambiental da reciclagem

Ligados às cooperativas, catadores promovem planos de incentivo à coleta seletiva

Produzido por Marília Gabriela da Silva para o jornal Marco Zero, coordenado pelo Centro Universitário Internacional Uninter.


O trabalho na reciclagem é parte da renda básica de Cazé


Para garantir o destino correto de produtos recicláveis como garrafa, papel e papelão, os catadores da cidade de Ribeirão Pires, em São Paulo, vêm exercendo papel fundamental no incentivo ao descarte consciente nos bairros em que residem, e de forma ativa, reforçam o compromisso por uma jornada cada vez mais sustentável.


A cooperativa Cooperpires atua desde 2016 por meio de contrato com a prefeitura para realizar o gerenciamento de resíduos sólidos, e a ação de maior abrangência é a coleta seletiva de porta a porta executada em 56 bairros.


Segundo Roberta Neves Barreto, secretária da Cooperpires, no período de um mês são coletados de 27 a 30 toneladas de materiais. A ação é reforçada com a atuação de 20 catadores, sob a supervisão do presidente Francisco da Costa.


“A coleta foi intensificada em 2021, e mesmo com a pandemia a ação segue sem interrupção”, disse Roberta. Como resultado, desenvolve-se uma parceria solidária entre catadores e a população.


José Serafim, de 77 anos, é um dos pioneiros do programa de coleta seletiva no município. Cazé, como gosta de ser chamado, iniciou o trabalho voltado à reciclagem em 1994 na Cooperativa Maria Inês. Comprometido com a empresa, ele foi empossado presidente em 2011 e seguiu por 4 anos.


Em 2018, Cazé decidiu centralizar a coleta de materiais no bairro em que reside – Jardim Iramaia. Todos os dias ele realiza a separação dos produtos na garagem de casa, e conta com a contribuição dos vizinhos que levam caixas de ovos e de leite, e garrafas de refrigerante para somar ao montante já coletado, que é entregue em uma cooperativa com a ajuda de seu filho, Cícero de França Serafim.


O dinheiro arrecadado ao fim de cada entrega é somado ao que se recebe pela aposentaria. “Quando é entregue um grande volume de latinha, alumínio ou cobre, consigo tirar até R$ 1.000, mas é difícil. Quando é apenas plástico recebo R$ 300 (...) O valor que rende em cada entrega, deixo na mão da minha esposa para que ela possa pagar as contas do mês”, disse.


Ao ser indagado sobre a motivação de seguir trabalhando com a reciclagem, Cazé é enfático ao dizer que é preciso cuidar do meio ambiente.


Comprometido com a causa, Cícero, filho de Cazé, formou-se em gestão ambiental pela Faculdade Braz Cubas e se especializou em gestão de resíduos sólidos com o objetivo de atuar no fortalecimento da cultura de sustentabilidade. Engajado, ele afirma que a principal função desse trabalho é a geração de renda e na sequência surge a necessidade de desafogar os aterros sanitários que ainda existem. “A política nacional de resíduos sólidos de 2010 diz que os aterros devem ser eliminados até 2020, mas, até hoje não eliminaram por completo”, disse.


Neste cenário, a população pode ajudar e fortalecer as ações municipais no que tangue o desenvolvimento sustentável e as questões ambientais.



 



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