Atuar de forma voluntária vai de encontro a necessidade do município de contar com profissionais especializados na área da Saúde
Produzido por Marília Gabriela da Silva
Texto produzido para o Jornal Folha Ribeirão Pires.
Secretária Zezé reencontra Talita e Raul Domingos após recuperação
O trabalho voluntário promovido por profissionais da área da Sáude vem sendo cada vez mais necessário na luta pela erradicação de doenças em diversas partes do mundo. Em tempos de pandemia, esta ação de solidariedade torna-se ainda mais importante.
No dia 8 de março, a Folha foi convidada a conhecer a história de Talita Lessa Domingos Lins, moradora do bairro Pedreira, que foi a primeira voluntária a dar apoio à equipe médica da UPA de Rio Grande da Serra no tratamento de paciente com Covid-19.
Talita é formada em fisioterapia há nove anos pela Universidade Nove de Julho, e atua em um hospital no Grande ABC. No início do mês, ela viu de perto o impacto provocado pelo vírus. O seu pai, Raul Domingos, de 64 anos, testou positivo para Covid-19 e em poucos dias foi preciso buscar por internação hospitalar na UPA, situada na Vila Figueiredo.
Talita contou à Folha que após a internação de seu pai, os médicos realizaram a tomografia da região do tórax, e constataram que o pulmão dele estava com 50% de comprometimento. “Após a análise do quadro clínico, eu sabia que apenas o tratamento medicamentoso não iria resolver bem, pois, é necessário aliar a fisioterapia respiratória ao tratamento ainda nos primeiros dias”, disse.
Pensando nisso, a moradora procurou a Secretaria de Saúde e solicitou a autorização para ser voluntária na unidade e poder utilizar o seu conhecimento como fisioterapeuta para dar apoio ao tratamento de seu pai. Diversos documentos foram entregues à pasta, como diploma profissional, carteira de trabalho e carteira de imunização contra a Covid-19.
O caso foi analisado, e no dia 3 de março, a secretária Maria Pereira Zago - Zezé, aprovou a sua entrada ao Centro de Campanha, instalado ao lado da unidade. “Priorizamos, naquele momento a oportunidade de salvar vidas”, disse Zezé.
A fisioterapia respiratória foi aliada na recuperação do sr. Raul. “Através da utilização do aparelho de ventilação não invasiva foi possível trabalhar a reexpansão pulmonar para auxiliar na recuperação do pulmão e assim, diminuir gradativamente o comprometimento do órgão até a sua estabilidade”, explicou Talita.
O percurso que levou ao uso de oxigênio, estabilização da saturação e a alta hospitalar foi realizado em três dias graças à determinação e acompanhamento profissional realizado por Talita e pelos médicos que atuam na UPA.
“Com o uso de respiradores, conseguimos ao longo das últimas semanas reverter alguns casos, de UTI para enfermaria. No caso do sr. Raul, o resultado foi superior, revertemos da UTI para a volta para casa, realizada em 6 de março. Nós pensamos diariamente em como podemos melhorar a vida das pessoas que estão necessitando de cuidados. Com pessoas solidárias e dedicadas, poderemos unir forças no combate à pandemia”, disse a secretária.
Para Folha, o sr. Raul afirmou que está se sentindo recuperado. “Estou sem dores, sem febre e com mais disposição. O meu desejo é poder voltar a fazer as minhas caminhadas pelo bairro, espero poder fazer isso em breve”, comentou. Segundo ele, a participação de sua filha em sua recuperação lhe trouxe alegria e orgulho. “Uma emoção imensa, não dá para comparar. Foi a melhor coisa do mundo”, comentou.
Emocionada, Talita comentou que nos primeiros dias da doença de seu pai, se sentiu impotente, contudo, viu que era necessário tomar uma atitude e fazer a diferença. “Quero continuar a apoiar os profissionais das Unidades de Saúde, por isso, vou seguir sendo voluntária na minha cidade quando me for possível. Quanto mais profissionais voluntários (enfermeiros, psicólogos, médicos, entre outros) vierem para ajudar no combate ao vírus, mais vidas poderão ser salvas. Quem tiver esta disponibilidade, se apresente. ”, finalizou Talita.
Confira a matéria completa no portal Folha Ribeirão Pires:
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