Aplicação do Deep Learning para diagnóstico da doença traz resultado promissor; Lair Moura apresentou projeto à Prefeitura de RP
Produzido por Marília Gabriela da Silva
Texto produzido para o Jornal Folha Ribeirão Pires.
Sistema distingue características físicas nos pulmões a partir do raio-X
Enquanto o mundo inteiro procura novas formas de diagnosticar a Covid-19 pela escassez de reagentes, pesquisadores da FIA – Fundação Instituto de Administração, que são professores da USP, conseguiram encontrar um método novo e promissor: Deep Learning, plataforma inteligente com algoritmos capazes de identificar marcadores de coronavírus em imagens de raio-x e tomografia computadorizada. A plataforma, com acesso a partir do navegador de dispositivos móveis e desktops foi apresentado ao prefeito Adler Teixeira – Kiko (PSDB), ao secretário de Saúde, João Gabriel Vieira, por Lair Moura, ligada às entidades filantrópicas como a Apraespi e a Federação das Santas Casas.
No final de 2019, quando o coronavírus era reportado pela imprensa apenas na China, cientistas de dados da USP, José Afonsol Mazzon e Fábio Meletti Oliveira Barros desenvolveram o algoritmo, e em conjunto com o doutor Luiz Braz, médico, ex-professor de anatomia, consultor especialista da FIA, constataram que a aplicação seria possível em centros de triagem e em cidades que apenas dispõem de raio-x na rede de Saúde.
O algoritmo foi testado com base internacional de dados com milhares de raios-x e tomografias. Após a definição do projeto como um aplicativo capaz de criar padrões de repetição, comparações e distinguindo características físicas nos pulmões retratados no raio-x, como normal e marcas específicas de pneumonia e Covid, os pesquisadores iniciaram o credenciamento de 15 hospitais brasileiros que atuam como parceiros e auxiliam no modelo ao utilizar o sistema, capaz de realizar a análise de 60 mil chapas por dia.
“A cada vez que se tem uma suspeita de Covid é realizado o diagnóstico e posteriormente confirmado com o exame PCR, em seguida é realizado o envio do resultado aos pesquisadores para que seja possível melhorar a acurácia (exatidão e precisão numa medição), que está em torno de 90%”, explicou Luiz Braz.
A vantagem da plataforma está atrelada a prevenção. “Quando eu tenho a hipótese de diagnóstico que tende para a confirmação do caso para coronavírus e não tenho em mãos o recurso de testagem rápida ou PCR, eu já consigo com o diagnóstico do sistema isolar o paciente e fazer os protocolos de Covid-19. Minimamente, já começo a tratá-lo e minimamente estarei evitando contaminação, porque se eu mandar o paciente para casa, a fim de voltar em uma semana, durante estes sete dias de intervalo é possível que ele contamine outras pessoas”, disse Braz.
Para a utilização do sistema é necessário a criação de um termo de cooperação com a FIA, assim, a instituição torna-se parceira na tecnologia, que é gratuita.
Em maio, o projeto foi apresentado por Lair Moura ao prefeito Kiko e ao secretário de Saúde João Gabriel Vieira. Além de realizar o convite ao presidente do Consórcio ABC e prefeito de Rio Grande, Gabriel Maranhão (Cidadania), sendo sugerido a adesão do protocolo por médicos, hospitais, postos de saúde e UPAs dos municípios. “Embora tenhamos tomógrafo na Estância, instalado no Hospital e Maternidade São Lucas, os pacientes da rede pública chegam primeiramente na UPA Santa Luzia e nos postos de Saúde de Rio Grande onde tem raio-x. Com o exame radiológico é possível auxiliar no atendimento de mais pessoas”, disse Lair.
Porém, ainda não houve retorno sobre a adesão pela Prefeitura e pela entidade regional.
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